A atuação do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC para a manutenção do parque industrial na região ganhou destaque no estudo Cidades Industriais Brasileiras: Emprego, Renda e Níveis de Atividade no período 2002-2022. A publicação foi produzida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) e a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP).
Conforme o estudo, entre 2002 e 2012 o Grande ABC vivenciou forte crescimento do emprego industrial (26%), do salário médio na indústria (15%) e do valor adicionado (28%). No entanto, entre 2012 e 2021 houve redução de 59,8 mil postos de trabalho na indústria do Grande ABC, para 183,7 mil trabalhadores, acompanhando a redução do valor adicionado da indústria na economia nacional.
Diante do processo de desindustrialização, devido à perda do protagonismo da indústria e ao esvaziamento do Estado nacional como promotor do desenvolvimento, o estudo aponta a importância de iniciativas como o Consórcio ABC e a Agência de Desenvolvimento para a manutenção do parque industrial da região.
Atualmente, o Grande ABC pode ser considerado a segunda maior “cidade industrial” do país em termos de emprego. Juntos, os sete municípios são superados apenas por São Paulo. Em 2022, a participação do setor no emprego formal era de 23,3%, com aproximadamente 190 mil trabalhadores, distribuídos por cerca de 7 mil estabelecimentos industriais.
O documento também apresenta dados em âmbito nacional, apontando a presença da indústria na dinâmica econômica dos municípios. Em 2022, os trabalhadores da indústria de transformação somavam 8,15 milhões de pessoas e a participação do setor no emprego formal (52,8 milhões) era de 15,5%. Além disso, as 100 cidades que mais empregaram na indústria de transformação são responsáveis por 41% (3,3 milhões) do emprego industrial no país.
O estudo faz ainda uma projeção sobre impacto positivo que a Nova Indústria Brasil (NIB), promovida pelo Governo Federal, pode trazer para a economia. Além disso, o trabalho contempla mudanças geográficas vivenciadas pela indústria ao longo do período e traz números sobre os 100 maiores municípios em empregos industriais, entre outros indicadores.
“Os números deixam claro que a indústria brasileira ao longo de duas décadas passou por dois momentos contrastantes, ou seja, primeiro uma grande expansão e depois uma retração considerável. Esse movimento também se refletiu no Grande ABC. Diante disso, tem sido fundamental o trabalho realizado em conjunto em nossa região pelos diferentes atores, incluindo poder público, iniciativa privada, sindicatos, universidades e entidades representativas, para discutir o futuro da indústria”, afirmou o secretário-executivo do Consórcio ABC, Aroaldo da Silva, que também preside a Agência de Desenvolvimento Econômico.