Sexta, 18 de Abril de 2025

Santo André 472 anos: Biblioteca Nair Lacerda, Praça São Camilo e Salão de Arte Contemporânea

Festividade começou cedo com a homenagem a João Ramalho, fundador da cidade, na presença do prefeito Gilvan, autoridades da cidade e representantes portugueses
Por janete ogawa
8 de abril de 2025 - Foto: Eduardo Merlino/PSA

 A cidade de Santo André completou nesta terça-feira (8) seu 472° aniversário e, como presente, a população recebeu de volta um dos mais importantes equipamentos culturais do município: a Biblioteca Nair Lacerda. Localizado no Paço Municipal, integrando o Centro Cívico andreense, o espaço foi modernizado e volta a ficar à disposição do público.

“Neste aniversário temos o slogan ‘cada canto, uma história; cada história, um orgulho’ e é justamente por resgatar essa história de Santo André e preparar e apontar para o futuro. Hoje é uma entrega muito importante, ficou muito bonita a biblioteca. O patrimônio foi preservado, mas com modernidade. Uma entrega simbólica que fica para a história”, destacou o prefeito Gilvan Junior, durante o evento que marcou a reabertura do espaço na manhã desta terça-feira.

“Quero agradecer a presença de todos a esta reinauguração da Biblioteca Nair Lacerda, onde a curiosidade e conhecimentos são sempre bem-vindos para a gente continuar avançando a cidade”, continuou Gilvan, que esteve acompanhado da vice-prefeita Silvana Medeiros, dos secretários municipais Azê Diniz (Cultura) e José Antônio Ferreira (Manutenção e Serviços Urbanos), da deputada federal Ana Carolina Serra, do ex-prefeito Paulo Serra – que iniciou as obras da biblioteca – entre outras autoridades.

Emblemático, o equipamento conta com um acervo de aproximadamente 90 mil itens físicos, entre acervo geral, Braille, gibiteca, autores da região, obras raras e especiais.

As intervenções realizadas incluem serviços gerais de manutenção, correção e adequação de elétrica, iluminação, pintura, hidráulica, manta vinílica, reforma total do forro, execução de alvenaria, contrapiso, impermeabilização e revestimento, revisão e recomposição das esquadrias (peças e vidros) adequação de acessibilidade, reforma dos banheiros e novo balcão de atendimento. O valor de investimento foi de aproximadamente R$ 1,1 milhão.

“Esse é um espaço muito importante de incentivo à leitura e não tinha um dia melhor para fazer essa reinauguração tão simbólica. Independentemente do valor investido, o valor cultural e de importância é inestimável”, enalteceu o secretário de Manutenção e Serviços Urbanos, José Antônio Ferreira. “Foi um grande desafio a gente modernizar sem perder as características do passado. Este lugar é muito importante em termos de pertencimento. Trabalhamos com muito cuidado para não estragar tudo isso, foi reforma completa feita com muito carinho”, continuou.

Com o objetivo de tornar o espaço ainda mais acessível, a renovada Biblioteca Nair Lacerda contará a partir de agora com estantes mais baixas, com 1,60 m de altura. O equipamento também traz uma nova disponibilização do espaço dedicado a obras em Braille, próximo à entrada, e espaço infantil. Além disso, contará ainda com as voltas de dois setores: o acervo de jornais (disponível mediante agendamento pelo email bibliotecas@santoandre.sp.gov.br) e o espaço Escritor do Grande ABC, próximo ao painel.

Uma novidade foi a abertura de um espaço dedicado àquela que batiza a biblioteca, Nair Lacerda, contando com objetos que pertenceram a ela (como escrivaninha de trabalho e máquina de escrever), além de frases marcantes ditas pela escritora, jornalista e escritora.

“Minhas memórias e experiências individuais vividas neste lugar tornam tudo muito especial. Sou do tempo dos arquivos de metal, das gavetas longas e estreitas, das fichas de papelão, das pesquisas feitas no papel almaço. E, desta forma, esta biblioteca tornou-se referência em conhecimento e memória afetiva para mim e grande parte dos moradores dessa cidade”, destacou a secretária de Cultura, Azê Diniz.

“Qual é o papel de uma biblioteca na atualidade? Que conhecimentos e informações a sociedade necessita em tempos de internet? Como ampliar a frequência de usuários? Estamos descobrindo tudo isso juntos e o meu desejo é que no futuro essa biblioteca seja muito mais do que um repositório de memória e conhecimento. Desejo fortemente que seja mais do que é, um espaço ativo, de convivência e circulação, onde aquela imagem de silêncio obrigatório não cabe mais”, emendou a secretária de Cultura.

Para este grande dia de reabertura da biblioteca, uma programação cultural foi planejada com poesias, contação de histórias, sarau e muito mais.

“Este é um espaço muito significativo, mas não posso deixar de falar de Nair Lacerda, uma mulher à frente de seu tempo e que enfrentou muito para chegar e colocar um pouquinho no papel aquilo que sentia. Essa biblioteca reflete muito a importância da mulher na sociedade”, exaltou a deputada Ana Carolina Serra.

“Este é um equipamento que tem uma relação afetiva muito forte com os andreenses e pode não ser uma obra das mais caras, mas pelo pertencimento tem importância e relevância únicos. Não tenho dúvida que a Biblioteca Nair Lacerda vai bater forte no coração do andreense e voltar a ser uma referência, assim como foi para as últimas gerações”, pontuou o ex-prefeito Paulo Serra.

História – Instalada inicialmente em 8 de abril de 1954 no Edifício Sion, localizado no número 76 da Rua Coronel Alfredo Fláquer (junto à antiga Câmara), a biblioteca contava com acervo de 4 mil volumes. Depois da conclusão da construção do Paço Municipal, foi transferida em abril de 1970 para onde está até hoje.

Anteriormente conhecida como Biblioteca Municipal de Santo André, foi batizada em 8 de abril de 1987 com o nome da escritora, jornalista e tradutora Nair Lacerda, que foi diretora do Departamento de Educação e Cultura à época da inauguração e teve participação direta no desenvolvimento do equipamento, como responsável por doar parte de seu acervo pessoal para o início das atividades. Outra parte foi doada por Sérgio Milliet.

Arquitetado pelo escritório de Rino Levi, todo o Centro Cívico andreense é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) desde 2013.

Tradição – Os eventos comemorativos ao aniversário de 472 anos de Santo André começaram nesta terça com a tradicional homenagem a João Ramalho, na Passarela Luso-Brasileira Américo Pinto Serra, em frente à estátua do explorador e colonizador português responsável pela fundação da antiga Santo André da Borda do Campo de Piratininga – primeiro povoado europeu distante do litoral na América portuguesa –, elevada à categoria de vila justamente em 8 de abril de 1553, pelo então governador-geral do Brasil, Tomé de Souza.

O evento contou com as presenças do prefeito Gilvan, da vice-prefeita Silvana Medeiros, secretários, integrantes do Tiro de Guerra e do 12º distrito dos escoteiros, autoridades e integrantes da comunidade portuguesa, entre eles o cônsul geral adjunto do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, Jorge Longa Marques, e o presidente da Casa de Portugal ABC, Paulo Augusto de Freitas.

“Um dia de muita felicidade para nós, hoje. Aniversário de 472 anos e a gente respeita muito a história da nossa cidade, das pessoas que contribuíram para construir nossa história. E João Ramalho não é diferente. Como dizia Padre Manoel da Nóbrega, João Ramalho é o pai de todos os paulistas. Chegou, ajudou a desbravar essa cidade e a gente carrega essa força e energia até hoje, juntando os povos em uma terra acolhedora, de imigrantes e de pessoas do país inteiro, que valoriza a história, mas também avança e caminha para o futuro”, destacou o prefeito andreense.

“Tenho certeza que quando João Ramalho começou a construir as casas para seus filhos e netos, o Cacique Tibiriçá e o povo tupinambá não imaginavam a grandeza do que ele estava a construir: uma Santo André que é uma grande cidade, um exemplo de união dos povos para todo o Brasil. Enquanto representante da República Portuguesa no Estado de São Paulo, agradeço imensamente pela memória”, elogiou Jorge Longa Marques.

 

 

 

 

 

Praça São Camilo é entregue revitalizada na Vila Camilópolis, em Santo André

 

A região da Vila Camilópolis recebeu de volta um espaço de lazer revitalizado: a praça São Camilo, localizada em frente à Paróquia São Camilo de Léllis. A área verde passou por completo processo de modernização e a partir de agora volta a integrar a lista de opções de lugares para passear e levar as crianças e os animais de estimação.

A entrega foi realizada nesta terça-feira (8) pelo prefeito Gilvan Junior em agenda que integra a programação do aniversário de 472 anos de Santo André – o que já havia começado logo cedo com a homenagem a João Ramalho e a reabertura da renovada Biblioteca Nair Lacerda à população.

“Quando a comunidade participa de uma manifestação como esta, a gente fica feliz, porque tem certeza de que o local será bem cuidado e permanecerá assim por muitos anos. As obras são importantes, mas só têm importância mesmo quando são feitas e são utilizadas pelas pessoas”, afirmou o prefeito Gilvan. “Vamos trazer programas, serviços e políticas públicas para este espaço, como o Saúde em Movimento, o Circuito Empreendedor, então aproveitem e cuidem”, pediu o chefe do Executivo andreense aos moradores.

Com investimento de aproximadamente R$ 1,6 milhão, a Praça São Camilo passou por reformulação dos canteiros de crescimento, recebeu manejo arbóreo, contorno com implantação de parquinho, espaço pet, mini quadra e novo piso, além das manutenções do pergolado, da escadaria, da academia ao ar livre e das áreas de convivência, com mesas, bancos e iluminação LED.

“Essa é uma das praças mais bonitas que temos na cidade. E, por sua importância, mais do que merecida essa reforma. Espero que a comunidade aproveite, conserve tão bonita quanto está sendo entregue, porque estamos entregando de maneira tão especial. Tudo aqui foi pensado muito com muito carinho e amor”, enalteceu o secretário de Manutenção e Serviços Urbanos, José Antônio Ferreira.

“A Sagrada Escritura, em Jeremias 29:7 vai dizer: ‘procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar. E orai por ela ao Senhor, porque na sua paz, vós tereis a paz’. Com essas palavras o Senhor orientou o seu povo no exílio a amar, cuidar e rezar pela cidade em que estavam inseridos, mesmo em meio às adversidades. Hoje, diante da revitalização da Praça São Camilo, podemos dizer que esta é uma forma concreta de procurar a paz para nossa cidade, promovendo também um local de encontro para todas as pessoas do nosso bairro, cuidando do bem comum, promovendo a vida e devolvendo a dignidade a esta praça”, agradeceu o pároco da Paróquia São Camilo de Léllis, Marcos Vinicius da Silva.

Os itens que integram o playground e as áreas de convivência, por exemplo, são oriundos da Fabrinque – equipamento da Prefeitura que transforma sucata, eliminação, entulho e outros tipos de materiais em brinquedos e mobiliário urbano. As mudas, grama e outros elementos vegetais vindos do Viveiro Municipal, o que é inserido em área de 160 mil m² que servem às praças, aos canteiros e demais locais públicos de Santo André.

 

 

 

 


52° Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto tem início em Santo André

Edição conto com 608 artistas inscritos, 38 selecionados e 9 deles premiados

Santo André, 8 de abril de 2025 – O dia do aniversário de 472 anos de Santo André terminou na noite desta terça-feira (8) com um importante evento no Salão de Exposições do Paço Municipal: a abertura da 52ª edição do Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto. O início da visitação do público do show tradicional – que fica no espaço até 27 de junho – contou com a participação do prefeito Gilvan Junior.

Para a formação do salão, a edição deste ano teve como membros da Comissão de Seleção e Premiação o curador Andrés Inocente, o crítico de arte José Bento Ferreira e a professora e pesquisadora de arte Lúcia Klück Stumpf.

Foram, ao todo, 608 artistas inscritos de todo o Brasil, sendo selecionados 38 artistas para exportar ou apresentar suas obras, entre os quais 9 foram premiados. Estes trabalhos, consequentemente, serão incorporados ao acervo artístico da Prefeitura de Santo André e administrados pela Casa do Olhar Luiz Sacilotto.

As inscrições vieram de 22 estados brasileiros, sendo as maiores representações de São Paulo (63%), Rio de Janeiro (7%) e Minas Gerais (5%). A diversidade de raças e cor também se fez presente, com inscritos que se identificaram como indígenas (1%), amarelos (4%), pretos (8%), pardos (13%) e brancos (69%).

“Para uma cidade avançar cada vez mais ela precisa, sim, de Saúde e de Educação, mas a Cultura também é essencial. A gente precisa dela para viver e para contar a história. Hoje é aniversário da cidade e estamos celebrando ‘cada canto, uma história; cada história, um orgulho’, respeitando muito todos aqueles que passaram pela história da cidade, pelo desenvolvimento que fez Santo André chegar até aqui, mas também apontando para o futuro, com a cultura viva, participativa e ativa”, destacou o prefeito Gilvan, que percorreu os corredores do Salão de Exposições, conheci sobre as obras e até mesmo interagi com alguns dos trabalhos mais imersivos.

“Este ano comemoramos o 52º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto. Para mim, algo que resiste ao tempo por tantas décadas deve ser comemorado. A história é muito longa. E podemos hoje ter a oportunidade de compartilhar a produção de arte contemporânea de todo um país, incluindo artistas de nossa cidade e do ABC. A comissão de seleção e premiação fez um trabalho primoroso, buscando escolher diversas técnicas, desde a pintura às interações tecnológicas. As obras premiadas tornam-se acervo cultural da cidade, presente este à época da cidade aniversariante de hoje, Santo André”, pontuou a secretária de Cultura, Azê Diniz.

O artista andreense Pietro di Pompeii, que recebeu o Prêmio Estímulo, explora em sua obra o Moinho São Jorge, um dos símbolos da época industrial da cidade, em um trabalho realizado em diversas folhas de papel que trazem individualmente elementos do moinho e, conjuntamente, formam a própria construção da antiga fábrica. Outros dois artistas da região selecionados foram Thatiana Cardoso, de São Bernardo do Campo, e Vitória Fogaça, de São Caetano do Sul.

Os artistas selecionados e premiados foram: Alessandro de Castro Alvim (Prêmio Aquisição); Coralina De Sordi (Prêmio Aquisição); Diogo Nógue (Prêmio Aquisição); Elaine Fontes (Prêmio Aquisição); Génova Alvarado (Prêmio Aquisição); Mariana Longo (Prêmio Aquisição); Pietro di Pompéia (Prêmio Estímulo); Rafael Ski (Prêmio Aquisição); Tarcísio Benevides (Prêmio Aquisição); e Wesler Machado Alma (Prêmio Aquisição).

Já os artistas que completam a lista dos selecionados são: Ana Spett; Andréa Brasil; Andréia Kris; Carol Ambrósio; Cássia Oliveira; Cláudio Barros; Cláudio Souza; Coletivo Duas Marias; Gilio Mialichi; Janeiro MO; João Cardoso; Leandro Celestino; Livi Liu; Lívia Gomes; Liz Sob; Lucas Flygare; Luís Queiroz; Luiza Poeiras; Márcio Petini; Marina Schroeder; Noemi Shida; Patrícia Ariane; Renata Amaral; Sabrina Savani; Thatiana Cardoso; Timóteo Lopes; Tonil Braz; e Vitória Fogaça.

Histórico – Criado em 1968, em plena ditadura militar, o Salão se constitui como um espaço democrático que reúne público, artistas, curadores, pesquisadores e gestores em torno da missão de promover e difundir a arte contemporânea, abrindo-se para a pluralidade de produção artística e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas, tornando-a acessível ao maior número de pessoas possíveis.

Nestes 55 anos o Salão abrigou parte significativa dos movimentos artísticos brasileiros, como a abstração geométrica, o novo realismo, a pop arte e arte postal, a geração 80, a produção da gravura, da fotografia, do videoarte e do graffiti, a explosão dos coletivos artísticos, das performances e arte digital, as intervenções urbanas e a arte pública.

Serviço

52º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto

Data: de segunda a sexta, até 27/6/2025

Horário: das 10h às 17h

Local: Salão de Exposições do Paço Municipal (Saguão do Teatro Municipal)

Endereço: Praça IV Centenário, s/n°, Centro – Santo André

Entrada: grátis

Classificação: livre

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